05/01/2017

DESMORALIZAÇÃO TOTAL: Facção tinha ‘cela de comando’ e negociou com governo do AM, diz PF!!!!

 DESMORALIZAÇÃO TOTAL: Facção tinha ‘cela de comando’ e negociou com governo do AM, diz PF!!!!
Por FOLHAPRESS

Uma investigação federal apontou que a facção criminosa FDN (Família do Norte) mantinha uma “cela de comando” no presídio Compaj, em Manaus, e negociou um acordo com o governo do Amazonas em 2015 em troca de “paz nas cadeias”.

No Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), a FDN deflagrou no domingo (1º), segundo as autoridades penitenciárias, uma ação para dizimar membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) e outros presos, provocando 56 mortes –outros quatro foram assassinados em outro presídio na segunda (2).

A investigação sobre a FDN, denominada Operação La Muralla e conduzida pela Polícia Federal e Ministério Público Federal, apontou que o comando da facção, formado por seis presos, mantém “um controle quase total do sistema” penitenciário por meio de “homicídios e torturas”.

Com a interceptação de mensagens eletrônicas trocadas por um dos chefes da FDN, José Roberto Fernandes Barbosa, a PF apontou que o governo estadual fez um acerto com a facção por volta de julho de 2015, em uma reunião na biblioteca do Compaj.

De acordo com a PF, “Zé Roberto” disse ter recebido a garantia do coronel Louismar Bonates, então secretário de Administração Penitenciária da gestão José Melo (Pros), de que não seria transferido para um presídio federal.

Em troca da “paz nas cadeias”, o governo estadual atenderia também um “antigo pleito” para extinguir dois pavilhões do CDP (Centro de Detenção Provisória) comandados pela sigla rival PCC.

O encontro, segundo a PF, ocorreu em meio a uma onda de violência que deixou pelo menos 38 mortos em julho de 2015 em Manaus. Para a PF, várias mortes foram ordenadas pela FDN no contexto de “guerra” com outras duas facções: PCC e Esparta 300.

A PF deplorou o suposto acordo entre governo e facção: “A FDN saiu fortalecida deste lamentável episódio, alcançando o domínio absoluto do sistema prisional e deixando o Estado ainda mais refém de suas decisões e vontades”.

O governo José Melo (Pros) diz desconhecer qualquer negociação, afirma que não compactua com essa prática e que o interlocutor citado não integra mais a administração.

A investigação resultou em mais de 130 denunciados e 30 ações penais, mas ainda sem acusação formal a integrantes da cúpula do governo.

O líder da FDN manifestou, em mensagens eletrônicas, apoio à eleição do governador do Amazonas em 2014 e a intenção de ampliar a influência da facção para a política.

Em troca da “paz nas cadeias”, o governo estadual atenderia também um “antigo pleito” para extinguir dois pavilhões do CDP (Centro de Detenção Provisória) comandados pela sigla rival PCC.

O encontro, segundo a PF, ocorreu em meio a uma onda de violência que deixou pelo menos 38 mortos em julho de 2015 em Manaus. Para a PF, várias mortes foram ordenadas pela FDN no contexto de “guerra” com outras duas facções: PCC e Esparta 300.

A PF deplorou o suposto acordo entre governo e facção: “A FDN saiu fortalecida deste lamentável episódio, alcançando o domínio absoluto do sistema prisional e deixando o Estado ainda mais refém de suas decisões e vontades”.

O governo José Melo (Pros) diz desconhecer qualquer negociação, afirma que não compactua com essa prática e que o interlocutor citado não integra mais a administração.

A investigação resultou em mais de 130 denunciados e 30 ações penais, mas ainda sem acusação formal a integrantes da cúpula do governo.

O líder da FDN manifestou, em mensagens eletrônicas, apoio à eleição do governador do Amazonas em 2014 e a intenção de ampliar a influência da facção para a política.

Desde o início da La Muralla, foram aprendidas 2,2 toneladas de entorpecentes, avaliadas em R$ 18 milhões, além de armas de fogo “que incluem submetralhadoras e granadas de mão”.

A facção ganhou vulto a partir de 2010 e foi estruturada, de acordo com a denúncia do MPF, nos moldes do PCC e do CV, incluindo uma estatuto próprio, denominado “Doutrinas da família”.

Ele prevê a instalação de “conselhos” nas unidades prisionais, formados por “presidente, vice-presidente, porta-voz e tesoureiro”. Na prática, agem como “tribunais do crime”, segundo a PF, determinando a vida e a morte de alvos da dentro e fora dos presídios. As decisões são emitidas por meio de “decretos”.

“As palavras de todos os integrantes serão válidas, analisadas e respeitadas, mas a palavra final em qualquer questão será sempre a do conselho”, diz o “estatuto”.

O documento apreendido pela PF prevê que “não serão permitidos e serão passíveis de correção” atos como “agressões entre irmãos amigos e companheiros”.

Um organograma montado pela PF mostra no topo da facção FDN duas pessoas: “Zé Roberto” e Gelson Lima Carnaúba, o “Mano G”. Abaixo deles vêm quatro presidiários, incluindo João Pinto Carioca, o “João Branco”.

Todos foram transferidos para presídios federais após a deflagração da Operação La Muralla.

OUTRO LADO

O governo do Amazonas, comandado por José Melo (Pros), afirmou “desconhecer a existência das referidas negociações” com a facção criminosa FDN (Família do Norte) apontada em investigação da Polícia Federal.

A assessoria de imprensa do governo do Estado disse também que “não negocia e não compactua com tais práticas” –referência a suposto acordo com grupo criminoso.

Disse ainda que Louismar Bonates, coronel da Polícia Militar e ex-secretário de Administração Penitenciária da gestão José Melo, “deixou a pasta em setembro de 2015 e não integra mais os quadros do governo estadual”.

Bonates não foi localizado pela reportagem desde a manhã desta quarta-feira (4). A assessoria de imprensa do Comando da PM do Amazonas disse que não mantinha os contatos do coronel.
Blog do BG

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